O tempo passava
e eu continuava
sem conseguir mexer-me
para pegar no telemóvel
e ligar-te
mandar-te uma mensagem
sequer.
Não tinha energia
para ouvir do outro lado
a tua voz num misto
de reprovação e irritação.
Pensei por breves momentos
que tu eras alguém
a quem eu tinha acolhido
numa atitude impensada
e que agora me oferecia
apenas sofrimento.
A culpa de nada fazer
para resolver a questão
estava a cumprimir-me o peito
impossibilitando-me de respirar
enquanto o medo me apertava
o coração.
Precipitei-me para o telemóvel
e enviei-te uma mensagem
aguardei a tua resposta
impacientemente
a resposta embora indiferente
chegou.
Empurrei-me de novo
para o telemóvel
e soltei meus queres
utilizando a força toda
que possuia nas palavras
que escrevia.
Aos poucos
foste respondendo
e eu fui ganhando esperanças
de voltar a ter-te de volta.
Mais tarde chegaste
colocaste-te por cima de mim
levantaste a minha camisola
e deste-me um beijo no umbigo.
O meu corpo movimentou-se
subitamente
com o intenso prazer
de ter os lábios do homem
que amo
na minha pele
e desta vez abracei-te loucamente
encostei meu corpo no teu
suspirei e entreguei-me
à FELICIDADE.